Neste mês das missões, junto com o Dia
Mundial das Missões comemoramos também o Dia da Obra Pontifícia da Infância
Missionária. Evento a ser aprofundado neste tempo de tantas necessidades.
O motivo primordial da missão é e sempre será
o mandato missionário que Jesus Cristo deu aos apóstolos e aos discípulos no
termo de sua existência terrena. É um ato de obediência fundamental que a
Igreja deve prestar, até o fim da História, à vontade de seu autor. Por isso, a
Igreja procurou sempre tomar consciência de sua natureza evangelizadora.
A grande missão da Igreja concretiza-se na
preocupação com a criatura humana em sua totalidade. Não é preocupação com uma
salvação abstrata, mas compromisso de fé com o ser humano, com seu crescimento
no seguimento de Jesus e com sua plena realização em todos os sentidos, porque
entre evangelização e promoção humana — como sabiamente afirmou o Papa Paulo VI
— existem de fato laços profundos.
A Igreja missionária a serviço do Evangelho
faz dela uma de suas características fundamentais. Optar pelo pobre "é
condição necessária e irrenunciável do caráter evangélico da ação da
Igreja". (CNBB Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora, 194). É claro que
assumir, sem meios termos, a causa dos excluídos e excluídas exige uma
verdadeira reviravolta na própria vida. É preciso entrar naquele processo de
"metanoia" (mudança de mentalidade), do qual fala o Evangelho.
A evangelização exprime a identidade, a
vocação própria da Igreja, sua missão essencial: "Evangelizar constitui,
de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda
identidade". (Paulo VI "Evangelii nuntiandi", 14).
A Pontifícia Obra da Infância e Adolescência
Missionária (IAM) foi fundada por Dom Carlos Forbin-Janson, Bispo de Nancy,
França, em 19 de maio de 1843. Carlos Forbin Janson sempre se interessou muito
pela realidade e evangelização dos povos. Já na adolescência, manteve estreita
ligação com os missionários da China. Seu desejo era ir à China e ser
missionário com os missionários.
Embora tenha nascido para socorrer a triste
situação das crianças chinesas, logo abriu seus horizontes para o mundo
inteiro. O resgate, o batismo, o sustento e a educação das crianças dos povos
que não conhecem Jesus Cristo foram, desde o início, os objetivos da Infância e
Adolescência Missionária. Um plano ambicioso: prestar todos os socorros
materiais, morais, intelectuais e religiosos de que necessitam as crianças de
todos os lugares, culturas, raças e crenças.
Dom Carlos tinha em mente visitar uma após a
outra as nações da Europa, pregando esta nova cruzada de batismo, educação e
resgate das crianças chinesas, e, uma vez garantida a Obra, embarcar
ele próprio para aquele país, onde esperava que Deus lhe desse a
graça de misturar seu sangue ao sangue dos outros mártires. Mas, esgotado com
tanta atividade, sua saúde não resistiu, enquanto sua Obra ia se difundindo. No
dia de sua morte repentina, em 11 de julho de 1844, a Obra da Santa Infância
estava estabelecida em 65 dioceses. Hoje, a IAM está presente em todos os
continentes, em mais de 130 países.
Em 2003, por ocasião dos 160 anos da fundação
da Obra Pontifícia da Infância Missionária, Sua Santidade, o Papa São João
Paulo II, enviou às crianças do mundo inteiro uma mensagem. Nela, entre outras
coisas, recordava: “Na primeira metade do século 19, a Europa viveu uma grande
expansão missionária, e a Igreja, consciente do potencial missionário da
infância, começou a pedir a elas que se tornassem protagonistas no anúncio do Evangelho
às outras crianças. (...) Em pouco tempo, esta iniciativa missionária de apoio
material e espiritual ultrapassou as fronteiras da França e espalhou-se por
outros países”.
A Infância Missionária tem por finalidade
levar à frente e suscitar nas crianças o espírito missionário. “Crianças ajudam
e evangelizam crianças”. “São crianças em favor de outras crianças”. Os
grandes exemplos das missões são Santa Teresinha do Menino Jesus e São
Francisco Xavier, ambos padroeiros das missões. Os objetivos da Infância
Missionária são: 1- salvar as crianças da miséria e da morte; 2- batizá-las e
educá-las como cristãs; 3- prepará-las para serem apóstolas de outras crianças,
orientando-as na vocação e profissão.
Bendito a Deus por todos aqueles que fazem
parte desta bonita iniciativa missionária, pois, levar a Palavra de Deus ao
próximo e dar a dignidade ao outro é a nossa missão. Agradeço a tantas crianças
e jovens que ouviram o clamor do Apostolo Paulo: “Ai de mim, se eu não
Evangelizar” (1Cor 9,16).
Fonte:
http://arqrio.org/formacao/detalhes/1482/infancia-missionaria
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