quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

ADOLESCENTE, QUEM É VOCÊ?

ADOLESCÊNCIA
Processo de individualização de caráter psicológico, iniciado com as primeiras mudanças fisiológicas da puberdade e que termina quando se chega ao pleno status psicológico adulto. Período de amadurecimento que nos permite a entrada no mundo adulto. A adolescência é como um “segundo nascimento”, pois implica em certo sofrimento que gera mudanças. É uma condição baseada em fatores culturais, sofrendo, assim, variações de tempo e lugar, de cultura para cultura. Até o séc. XVIII era considerada criança até os 25/ 30 anos. Rousseau ao observar as mudanças chamou esse período de “ juventude fogosa” (idealismo social, moral, romantismo,naturalidade, nobreza, paixão,etc.). O primeiro livro sobre adolescência só surge em 1904, escrito por Stanley Hall. Não é também um fenômeno universal (as sociedades tribais, por exemplo possuem “ritos de passagem”, que deixam bem definidos o que é ser criança e como se entra no mundo adulto.
Às vezes, observamos um certo prolongamento da adolescência em pessoas que ainda não aprenderam a se comportar e assumir as responsabilidades do mundo adulto. A sociedade pós industrial, com todo avanço tecnológico exige especialização e maior preparo intelectual e profissional (inatingível para alguns de nossos jovens) o que pode prolongar por mais ou menos 10 anos a fase de “preparação” para a entrada no mercado de trabalho.
Observamos, ainda, a ambigüidade de nossa cultura ao tratar o adolescente ora como criança, ora como adulto. Isto pode deixá-lo bastante confuso! Não são “crianças” e nem “adultos”, até as legislações diferentes nos diversos países. No Brasil, com autorização judicial, uma pessoa pode casar antes da maioridade, porém não pode tirar carteira de motorista; não pode abrir crediários, mas podem eleger candidatos a cargos públicos... podem ter cartão de crédito entre 12 e 17 anos, vinculado à conta de responsáveis: eles são “irresponsáveis” para pagar, mas não para consumir...

Período angustiante?! Vale refletir...
* Até que ponto a nossa sociedade e cada um de nós facilita o adolescente em sua passagem para a vida adulta?
* Quais são os critérios que permite ao adolescente saber se já é adulto, que é aceito como tal por seus semelhantes?

Como os valores construídos desde a infância permanecem para toda a vida vem a importância da Catequese na consolidação de valores morais, já que muitos adultos ainda permanecem na fase que se deixam levar por enganos e até achem normal certas atitudes já que “todos fazem e dizem”(como se o agir da maioria fosse garantia de ser a coisa certa).

O QUE OCORRE NA ADOLESCÊNCIA?
- mudanças físicas (sistema ósseo, tórax, especialização dos neurônios, órgãos reprodutores ...), acompanhadas de mudanças cognitivas, por volta dos 12 anos
- mudanças psicológicas (pudor diante dos adultos, meninos grosseiros e fanfarrões, curiosidade em relação ao sexo, destaque para o erotismo nos meninos, sentimento e ternura nas meninas ...)
- desenvolvimento da inteligência (capacitado para utilizar a lógica, manter discussões argumentando razões, consciência do próprio pensamento,...)
- afirmação da personalidade (rebeldia, contradição, busca da autonomia, quer libertar-se do controle dos pais, vivência de conflito...). Torna-se necessário o conflito vivido na passagem de ser dirigido pelos pais para ser
gerenciador de si mesmo.
- forte desejo de independência (protestam por tudo, manifestando uma série de exigências...)

QUAL DEVE SER A POSTURA DO ADULTO FRENTE AO ADOLESCENTE?
- Exemplo constante de serenidade e compreensão
- Mostrar-lhe que somos pessoas com limitações e defeitos, porém capazes de amá-lo e compreendê-lo
- Mostrar-lhe a necessidade de atitude de respeito e consideração
- O adolescente se torna pessoa à medida que aprende a respeitar-se, a usar a liberdade para alcançar objetivos.


HABILIDADE PARA A COMUNICAÇÃO
- O adolescente precisa encontrar lugar aberto para a comunicação, embora ele mesmo não saiba como fazê-lo.
- Atitudes frente ao adolescente que lhe servirão de exemplo:
- substituição do “você” por “ eu”
- expressar sentimentos
- evitar perguntas que levem à ordem explícita
- respeitar a intimidade
- ter cuidado com as mensagens não-verbais


NECESSIDADES MAIS URGENTES DOS ADOLESCENTES
- ter por perto quem lhes entenda
- alguém para compartilhar esperanças e sonhos
- saber que pertence a um grupo que o aceita como é, sentindo-se integrado e seguro nele poder expor idéias e sentimentos
- ensaiar e colocar-se à prova em condutas que não experimentaram antes
- contar com o exemplo de conduta madura


Bibliografia:
TIERNO, Bernardo, Educar Hoje(dos seis aos vinte anos), 1997, Ed. Paulinas, S.P. (Coleção Projeto Família)
ARRUDA ARANHA, Maria Lucia e PIRES MARTINS, Maria Helena, Filosofando - Introdução à Filosofia, 2ªedição, 2002, Ed. Moderna, S.P.


(Glória Maria Bonecker, profª. Ensino Religioso)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CATEQUISTA - PÃO PARTIDO


A catequese é uma missão... dela vem a orientação de como a Boa Nova deve ser proclamada, refletida, discutida e colocada em prática com oração, adoração e serviço.

Vocação
Em primeiro lugar e acima de tudo deve vir o chamado. Deus e somente Deus é quem toma a iniciativa desse chamado.
O chamado de Deus em suas vidas não caiu no vazio. Ao contrário, tocou-os no batismo, moveu-os e levou-os a se tornarem ativamente envolvidos em suas comunidades de fé, e os inspirou a aceitar o encargo de seus bispos para serem ministros da Palavra para o povo de Deus...

Espiritualidade

... Ainda nos encontramos no meio do desenvolvimento de uma autêntica espiritualidade apostólica, aquela que nos torna capazes de harmonizar nosso trabalho e nossa oração, que nos possibilita ser ativos e contemplativos, que nos capacita refletir sobre a maravilha da criação do Pai, a beleza do amor do Redentor e a pulsante presença do Espírito de Deus dentro de nós, e em seguida, traduzir essa reflexão em palavras e ações que falem clara e significativamente às circunstâncias contemporâneas.

... Uma espiritualidade que precisa estar enraizada na vocação que vocês receberam e na Palavra de Deus que vocês têm o privilégio de proclamar e interpretar...a cujo serviço esse ministério é colocado.

Missão
...Vocês levam a seus ouvintes as lições de nossa fé cristã, enraizadas na Palavra de Deus, vocês fazem mais do que recordar eventos históricos...levam as Escrituras vivas... uma palavra que tem o poder de tocar vidas e mudar corações.

O objetivo de vocês ...
- é tornar a Palavra de Deus atual e presente aos ouvintes, como um fermento dentro da comunidade. Pois a Palavra de Deus é uma palavra viva, que executa o que diz e tem o poder de realizar o que proclama;
- levar as pessoas a um contato cada vez mais íntimo com Deus;
- precisam mostrar para o povo de Deus as imagens, histórias e símbolos da salvação que jazem no coração de nossa tradição cristã católica, fazendo-os eloqüentes para as realidades atuais;
- contar a história de Jesus de Jesus e fazer a ligação entre sua vida e mensagem com as lutas, tristezas, esperanças, alegrias e anseios das pessoas de hoje.

É preciso lembrar que:

Há a fome de uma vida interior por parte dessa geração... Eles querem compreender que os acontecimentos da vida têm a ver com salvar e ser salvo, libertar e ser liberto, amar e ser amado, e que tudo isso tem alguma importância. A história de Jesus – quando se torna nossa própria história – proporciona tal significado.´

Diante do fato de

...que Jesus tenha andado sobre as águas e Pedro o tenha imitado... o que lhes importa saber é que, quando estiverem afundando, esse Jesus, em quem puseram sua fé e confiança, levantá-los-á.
O que conta para essas pessoas é saber que podem ter a coragem de sair do barco e enfrentar a tempestade.

Catequistas...
Vasos de barro? Sem dúvida. Frágeis instrumentos? Certamente. Vacilantes Tomés ou por vezes queixosas Martas? Sim. Pusilânimes na adversidade e falhos no amor, tal como Pedro? Inevitavelmente. Mas, apesar de tudo, vocês foram chamados e escolhidos, e isso é que faz toda a diferença.

Fonte: Eu sou o pão partido – Howard J. Hubbard - Paulinas

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A PESSOA DO CATEQUISTA


O “catequista é de certo modo o intérprete da Igreja junto aos catequizandos” (Diretório Catequético Geral 35). É preciso não só “fazer” seu trabalho, mas acreditar nele. A idéia essencial que deve dominar toda a nossa atividade é: “somos instrumentos”. O primeiro sentimento que brota dessa tomada de consciência é o de profunda humildade.
Nessa tarefa de evangelização CRISTO nos precede no coração humano. É impossível não contar com a graça de Deus. Precisamos ser pessoas de fé. É ela que dá sentido a toda a nossa atividade. “Sem fé é impossível agradar a Deus”. (Hb 11,6). Um ponto fundamental é o testemunho de vida do catequista.
O pão da sã doutrina não será preparado somente com o conhecimento e o estudo. Precisa ser amassado: "Com a caridade, a humildade, a compaixão, o zelo pela salvação dos irmãos, enfim, com a vida." (Madre Maria Helena Cavalcanti)
Sejamos transparentes à verdade que ensinamos. Não nos deixemos dominar pela ansiedade do sucesso. A verdade não é resultado de estatísticas... Semear na alegria. A alegria é um bom método de aprendizagem.
Tempo, trabalho e amor são os ingredientes necessários às construções.
“A primeira e mais sublime obra do amor ao próximo é a propagação do Evangelho”. (Madre Maria Helena Cavalcanti)

“ A tarefa do catequista: apresentar os meios para ser cristão e mostrar a alegria de viver o Evangelho” (Catechesi Tradendae 147)

“A formação do Catequista : desenvolver a arte de levar a mensagem, mas principalmente, a vivência comunitária da fé”. (Caterquese Renovada 150)

Faz-se necessária a interação entre a atividade catequética e a vida.