quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

SAIU O SUBSÍDIO CATEQUÉTICO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012

CF 2012 que é sobre Fraternidade e Saúde Pública
“Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8)

Este é o testemunho da co-autora, a Catequista paranaense Ângela Rocha:
“Em julho passado, eu e minha amiga querida Helena Okano, passamos mais de um mês trabalhando na construção dos roteiros... Um presente que nos foi dado pela Ir. Zélia Batista, então assessora de catequese da CNBB. Um grande presente! Pois foi com alegria e muito carinho que construímos os encontros. Nem posso dizer da minha alegria ao ver o livrinho dos encontros publicado! Acho que conseguimos dar leveza a um assunto tão importante como é a saúde em nosso país. Aliás, aconselho vocês a lerem o Texto base da Campanha onde nos baseamos para construir os encontros.
Comprem o livrinho! Custa só R$ 1,30 é das Edições CNBB e tem em todas as livrarias católicas. Prestigiem essas catequistas amadas aqui de Londrina! Afinal isto é do PARANÁ para o Brasil inteiro! Só para dar uma “palhinha”, aí vai a introdução do livreto:
 Introdução
A Pastoral Catequética, ligada a crianças e jovens, exerce um papel fundamental de educação e informação com vistas a um futuro digno para todas as pessoas. Assim pensando, a Comissão Episcopal de Animação Bíblico-Catequética apresenta os subsídios catequéticos que norteiam a Campanha da Fraternidade de 2012 que tem como tema “Fraternidade e a Saúde Pública”. Cinco encontros foram pensados a partir da reflexão feita pelo Texto Base da CF sobre a temática da saúde, sem, no entanto, deixar de lado os aspectos de um aprendizado lúdico aos catequizandos. Cabe, é claro, a cada catequista, adaptá-los a idade de seus catequizandos, ao tempo disponível, enfatizando aquilo que é realidade de sua comunidade. No primeiro encontro, fazemos uma reflexão sobre a Dignidade Humana e a Cidadania à luz da criação do homem como filho de Deus e, portanto, digno de respeito. Na sequência refletimos sobre a Promoção da Saúde. Em continuidade ao assunto, no encontro seguinte enfocamos os Desafios da Saúde no Brasil. No quarto encontro, refletimos que a saúde e a Salvação estão em nossas mãos. Como quinto encontro, contextualizado na passagem bíblica da parábola do Bom Samaritano, é proposta uma celebração pelo método da Leitura Orante da Bíblia, processo cada vez mais necessário à compreensão e à vivência da Palavra de Deus, conforme clama a nossa Igreja. Esperamos que estes subsídios catequéticos, fundamentados nos objetivos da CF 2012, ajudem os catequistas na promoção de uma catequese fundamentada no projeto de Deus de uma vida melhor para seus filhos e de uma sociedade justa, igualitária e solidária. Que a Saúde se difunda sobre a terra!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

“Quem perseverar até o fim...” (Mt 24, 12)



A virtude da perseverança é fundamental, pois sem ela não há vitória. Um atleta que tenha corrido brilhantemente um páreo, mas que, na reta final, fraqueja, perde a medalha. Ora, algo de semelhante se dá no plano espiritual. A importância da virtude da perseverança pode ser demonstrada tanto por razões teológicas, como pelo raciocínio filosófico.

1. Fala o Evangelho
No Evangelho, Jesus recomenda três vezes a perseverança:
Mt 10,22: “Sereis odiados por todos por causa de mim, mas quem perseverar até o fim, será salvo.”
Mt 24, 12: “Quem perseverar até o fim será salvo.”
Mc 8,15: “A semente que cai em terra boa... são aqueles que guardam a Palavra e produzem fruto por sua constância.”

Interessa notar, que neste último texto, os que dão fruto bom, não são os que guardam a caridade (sem mais), mas os que permanecem constantes (na caridade, na fé, na esperança...) até o fim.

A palavra grega traduzida por “perseverança” ou “constância” é hypomoné, que significa “permanecer por baixo”, “suportar”. Imaginemos alguém com as mãos abertas, sobre as quais o Senhor Deus vai depositando os seus fardos, tal pessoa não pode dizer: “Não agüento mais!” sem que se produza um grande desastre. Ninguém percebe o esforço heróico que tal irmão ou irmã realiza; ninguém o aplaude. Talvez até o menosprezem por estar inerte. Por isso, a perseverança pode chegar às raias do heroísmo, ignorado, mas vital para o indivíduo e a comunidade a ele associada. Comparemos entre si a corrida de salto e a corrida de fôlego: a primeira, quanto mais rápida e breve for tanto mais gloriosa e aclamada será; ao contrário, a corrida de fôlego quanto mais prolongada for, destituída de qualquer teatralidade, quanto mais louvável será.

Aí temos um aspecto de nossa vida terrestre: é uma corrida de fôlego ou de longa paciência, na qual damos um passo após outro, na fé, com muito esforço silencioso, para o bem de quantos nos acompanham, sem que estes saibam o quanto nos devem.

O catequista, de modo particular, é importante na sua missão de levar a Palavra de Deus aos corações ainda informes e necessitados de reta orientação para a sua vida: “Os que se vão, vão semeando com lágrimas, os que voltam, vêm colhendo com exultação.” (Sl 126, 6).

2. Fala a Filosofia
Dizia um conhecido ateu francês (Albert Camus) que, ao contemplar a humanidade, o que mais lhe doía era verificar que a maioria dos homens não chega à plenitude do seu ideal ou não desabrocha todas as suas virtualidades; morrem ainda imaturos em relação à maturidade que poderiam (e deveriam) atingir. E isto, por quê? Por dois motivos:

a) muitos não têm a ajuda necessária para desenvolver todas as potencialidades que o Senhor Deus lhes deu. Faltou-lhes a assistência dos pais ou da família; faltou-lhes a escola; faltou-lhes a sociedade...

b) muitos outros, porém, não se desenvolvem totalmente por covardia ou por medo de crescer, de serem desinstalados do seu leito cômodo. Não têm a coragem necessária para empreender a podagem de suas tendências desregradas e de esculpir e cinzelar a sua personalidade. Começar é fácil, mas continuar é difícil e chegar ao termo é raro.

O ateu que assim pensava tinha razão. Muitos têm a oportunidade de se esculpir, mas falta-lhes a perseverança para continuar. Aliás, é isto mesmo que o Senhor Jesus aponta na parábola do semeador:
“As sementes que caíram sobre a pedra são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a Palavra com alegria, mas não tem raízes; crêem por algum tempo, mas, na hora da tentação, voltam atrás. A semente que caiu entre os espinhos são os que ouviram, mas com o passar do tempo deixam-se absorver pelas preocupações, riquezas e prazeres da vida e não chegam à maturidade.” (Lc 19, 13-20)

Estas ponderações nos põem ante os olhos o valor da perseverança. Ela vai de encontro à tendência natural à acomodação, a fechar os olhos para o futuro que parece incerto e nebuloso, ao passo que o momento presente é relativamente aprazível.

O catequista saberá considerar estas reflexões com especial atenção visto que é chamado a uma das mais nobres tarefas que Deus possa confiar a alguém: colaborar para formar a imagem de Cristo no coração dos seus discípulos, ensinar como se vai ao céu e não apenas como vai o céu.

Pense e cuide perseverantemente da sua santificação pessoal para que, da sua intimidade com Deus, proceda a Palavra que cria a nova criatura!

Dom Estevão Tavares Bettencourt, OSB