Imaculada Cintra
Catequista em
constante estado de feitura...
CATEQUESE EM ESTILO CATECUMENAL? O que o nosso Pároco está
inventando?
Escrevi
esse artigo em 2009, para o informativo de minha paróquia. Escolhi o título em
questão para chamar a atenção dos leitores. Minha intenção era que movidos pela
curiosidade em saber o que nosso pároco estaria inventando, ficariam por dentro
de nossos projetos para a catequese. Fui questionada na época sobre uma
possível mudança do título. Expliquei que não mudaria, pois minha intenção era
chamar a atenção do leitor e deixar claro que nosso pároco não está inventando
nada, mas que são orientações da Igreja para nossa catequese... Publico aqui
esse mesmo artigo, pois acredito que esse assunto, a CATEQUESE EM ESTILO
CATECUMENAL ainda é desconhecido ou não é aceito em muitos lugares.
Estamos em
tempo de constantes mudanças, transformações, tecnologias cada vez mais
avançadas, num curto espaço de tempo ficamos ultrapassados. Nossa catequese,
nossa maneira de formar cristãos, precisa acompanhar tais avanços, repensando o
método utilizado em nossos encontros, mudando não só a metodologia, o material,
mas sim provocar uma mudança de mentalidade por parte dos catequistas, bispos,
padres, família, catequizandos.
Nossas
crianças, adolescentes, jovens estão cada vez mais exigentes, porém cada dia
mais desorientados, vazios das coisas espirituais. O que eles pedem? Podem até
não pedir com palavras, mas pedem com gestos, com atitudes, estão sedentos de
algo que os preencham, algo que os façam felizes, que dê sentido às suas vidas.
E nós não podemos agir ou falar como aquela música que diz; “To nem aí, to nem
aí... Pode ficar com seu mundinho, eu to nem aí, não vem falar dos seus
problemas, que eu não vou ouvir”.
Acredito
que não tenha nenhum catequista que pense assim, pois não foi isso que
aprendemos com Jesus no encontro com os discípulos de Emaús. Ele não saiu
atropelando as coisas e muito menos foi omisso ao que acontecia, soube escutar
as tristezas, os questionamentos daqueles discípulos, mesmo sendo atacado,
quando indignados dizem: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o
que lá aconteceu nesses dias?” Ele caminhou com eles e no momento certo jogou
as cartas.
Eis o
coração da catequese, o ponto chave, a meta a ser alcançada. Fazer com que os
catequizandos através dos encontros de catequese, através da liturgia, da
vivência na comunidade tenham esse encontro pessoal com Cristo e por ele faça
sua opção.
E isso
quem nos propõe não é o nosso Pároco, mas é uma exigência das diretrizes da
CNBB, do Documento de Aparecida, do Diretório Nacional de Catequese e do Ano
Nacional de Catequese que nos dão pistas de como transformar nossa comunidade
através da catequese. Temos lido que está na hora de romper com a barreira
daquela catequese concebida unicamente como doutrina, sacramentos vistos como
diploma de um cursinho qualquer ou um simples cumprimento de dever de religião.
Se
fizermos uma análise é exatamente isso que acontece com centenas de crianças e
jovens que recebem todos os anos os sacramentos em nossas Paróquias, catequizandos
e famílias descomprometidas com o projeto do Reino, pois não foram iniciados.
Claro que, existem exceções, temos muitos e muitos casos de pessoas
transformadas e comprometidas, cristãos que formaram sua identidade através do
processo catequético, mas podemos e devemos ser mais abrangentes.
É tempo de
deixar de ser sapo do buraco, precisamos descobrir o que o mundo lá fora nos
apresenta, precisamos rever nosso material, não só didático, mas nosso material
humano, precisamos de catequistas iniciados, apaixonados pela catequese, que
estejam atentos às novidades que o ANC nos apresentou, busquem se formar
através de leituras sobre o assunto, participem das formações oferecidas, que
sintam seu coração arder enquanto caminham com o Mestre, catequistas que
assumam e abracem com amor a catequese.
A novidade
do momento é o resgate da catequese em estilo catecumenal, essa grande riqueza
responsável pela iniciação e formação de tantos cristãos nos primeiros séculos
da Igreja. Se falamos em resgate, é porque já existiu, então não é na verdade
uma novidade e muito menos invenção de ninguém. A Igreja nos possibilita a
formação através de subsídios, livros, revistas, documentos, basta que cada um
de nós façamos o “movimento” de ir em busca dessa formação.
Estão nos
pedindo que não leiamos o estudo da CNBB 97, mas que ruminemos o que lemos. Bem
sabemos o que é ruminar.
O Espírito
Santo, que tudo renova, que está sempre em movimento, que é criativo, coloque
no coração de cada catequista, de cada pároco, de cada bispo o desejo de uma
catequese melhor, adequada à realidades de nossos tempos.
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