segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Catequese em estilo catecumenal

Imaculada Cintra 
Catequista em constante estado de feitura...

CATEQUESE EM ESTILO CATECUMENAL? O que o nosso Pároco está inventando?

Escrevi esse artigo em 2009, para o informativo de minha paróquia. Escolhi o título em questão para chamar a atenção dos leitores. Minha intenção era que movidos pela curiosidade em saber o que nosso pároco estaria inventando, ficariam por dentro de nossos projetos para a catequese. Fui questionada na época sobre uma possível mudança do título. Expliquei que não mudaria, pois minha intenção era chamar a atenção do leitor e deixar claro que nosso pároco não está inventando nada, mas que são orientações da Igreja para nossa catequese... Publico aqui esse mesmo artigo, pois acredito que esse assunto, a CATEQUESE EM ESTILO CATECUMENAL ainda é desconhecido ou não é aceito em muitos lugares.
Estamos em tempo de constantes mudanças, transformações, tecnologias cada vez mais avançadas, num curto espaço de tempo ficamos ultrapassados. Nossa catequese, nossa maneira de formar cristãos, precisa acompanhar tais avanços, repensando o método utilizado em nossos encontros, mudando não só a metodologia, o material, mas sim provocar uma mudança de mentalidade por parte dos catequistas, bispos, padres, família, catequizandos.
Nossas crianças, adolescentes, jovens estão cada vez mais exigentes, porém cada dia mais desorientados, vazios das coisas espirituais. O que eles pedem? Podem até não pedir com palavras, mas pedem com gestos, com atitudes, estão sedentos de algo que os preencham, algo que os façam felizes, que dê sentido às suas vidas. E nós não podemos agir ou falar como aquela música que diz; “To nem aí, to nem aí... Pode ficar com seu mundinho, eu to nem aí, não vem falar dos seus problemas, que eu não vou ouvir”.

Acredito que não tenha nenhum catequista que pense assim, pois não foi isso que aprendemos com Jesus no encontro com os discípulos de Emaús. Ele não saiu atropelando as coisas e muito menos foi omisso ao que acontecia, soube escutar as tristezas, os questionamentos daqueles discípulos, mesmo sendo atacado, quando indignados dizem: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nesses dias?” Ele caminhou com eles e no momento certo jogou as cartas.
Eis o coração da catequese, o ponto chave, a meta a ser alcançada. Fazer com que os catequizandos através dos encontros de catequese, através da liturgia, da vivência na comunidade tenham esse encontro pessoal com Cristo e por ele faça sua opção.
E isso quem nos propõe não é o nosso Pároco, mas é uma exigência das diretrizes da CNBB, do Documento de Aparecida, do Diretório Nacional de Catequese e do Ano Nacional de Catequese que nos dão pistas de como transformar nossa comunidade através da catequese. Temos lido que está na hora de romper com a barreira daquela catequese concebida unicamente como doutrina, sacramentos vistos como diploma de um cursinho qualquer ou um simples cumprimento de dever de religião.
Se fizermos uma análise é exatamente isso que acontece com centenas de crianças e jovens que recebem todos os anos os sacramentos em nossas Paróquias, catequizandos e famílias descomprometidas com o projeto do Reino, pois não foram iniciados. Claro que, existem exceções, temos muitos e muitos casos de pessoas transformadas e comprometidas, cristãos que formaram sua identidade através do processo catequético, mas podemos e devemos ser mais abrangentes.
É tempo de deixar de ser sapo do buraco, precisamos descobrir o que o mundo lá fora nos apresenta, precisamos rever nosso material, não só didático, mas nosso material humano, precisamos de catequistas iniciados, apaixonados pela catequese, que estejam atentos às novidades que o ANC nos apresentou, busquem se formar através de leituras sobre o assunto, participem das formações oferecidas, que sintam seu coração arder enquanto caminham com o Mestre, catequistas que assumam e abracem com amor a catequese.
A novidade do momento é o resgate da catequese em estilo catecumenal, essa grande riqueza responsável pela iniciação e formação de tantos cristãos nos primeiros séculos da Igreja. Se falamos em resgate, é porque já existiu, então não é na verdade uma novidade e muito menos invenção de ninguém. A Igreja nos possibilita a formação através de subsídios, livros, revistas, documentos, basta que cada um de nós façamos o “movimento” de ir em busca dessa formação.
Estão nos pedindo que não leiamos o estudo da CNBB 97, mas que ruminemos o que lemos. Bem sabemos o que é ruminar.
O Espírito Santo, que tudo renova, que está sempre em movimento, que é criativo, coloque no coração de cada catequista, de cada pároco, de cada bispo o desejo de uma catequese melhor, adequada à realidades de nossos tempos. 
  

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