“Ser
coroinha é um serviço de doação e entrega, feita por nós, leigos, de coração
aberto. Entrei no serviço do altar aos 14 anos como cerimoniário e fiquei por 7
anos no serviço da Eucaristia na minha paróquia”,
lembra o jovem Saulo Gadelha, da paróquia São Pedro Apóstolo, em Ceilândia Sul,
no Distrito Federal.
O coroinha é chamado a servir como Cristo,
que dedicou a vida a servir o próximo. Estar nessa missão é viver a Eucaristia,
é viver Cristo em todos os momentos da vida, além de vivenciar o respeito e a
dedicação às coisas sagradas.
Essas são algumas características do serviço
dos milhares de jovens e adolescentes que auxiliam bispos e sacerdotes no altar
no mundo inteiro. No próximo dia 30 de julho, mais de 60 mil deles vão
participar da 12ª Peregrinação Internacional acólitos e coroinhas, em Roma,
organizada pela Coetus Internationalis Ministrantium (CIM), organismo
internacional que reúne acólitos e coroinhas da Europa.
Com o lema: “Busca a paz e vai ao seu
encalço”(Salmo 33,15b), o ponto alto da peregrinação que termina dia 3 de
agosto será o um encontro com o Papa Francisco na Praça de São Pedro.
O termo coroinha vem da
palavra coro, o lugar onde acontecem as celebrações, espaço reservado ao
clero, isto é, aos ministros que presidem a liturgia. De acordo com bispo de
Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para os Textos Litúrgicos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
dom Armando Bucciol, na Igreja, o serviço litúrgico dos coroinhas recebe
atenção e cuidado especiais porque é uma ajuda importante na realização das
celebrações litúrgicas.
“Eles e elas se dispõem para servir ao altar,
junto aos ministros ordenados, para que as celebrações aconteçam da forma
melhor. Quando a Missa era celebrada em latim, os coroinhas deviam aprender as
respostas, todas em latim. Era preciso um demorado treinamento para estar à
altura desse serviço não fácil. Falo por experiência, tendo aprendido, aos sete
anos, todas as respostas, sem entender o que dizia”, destaca.
Ainda segundo o bispo, os coroinhas são os
acólitos de fato, também se é oportuno evitar de confundir os termos, do
momento que o acólito é um serviço instituído pela Igreja, como se lê num
documento do Papa Paulo VI (Ministeria quaedam, 1972): “O acólito é
instituído para ajudar o diácono e para fazer de ministro ao sacerdote… nas
ações litúrgicas; sobretudo, na celebração da Santa. Missa”.
“Deixei o serviço de cerimoniário em 2016,
entretanto ainda hoje sou catequista de formação para coroinhas e sirvo em
algumas missas quando solicitado por algum padre”, destaca Saulo.
A presença e atuação dos coroinhas nas
celebrações litúrgicas vem de uma longa tradição. Padroeiro dos coroinhas é São
Tarcísio, um menino que, segundo a tradição, foi escolhido para cumprir uma
missão delicada, em época de perseguição: levar a Eucaristia aos cristãos
presos; ele pagou com o martírio a sua disponibilidade em servir.
Recentemente, os Bispos do Regional Nordeste
3 (Bahia – Sergipe) da CNBB escreveram uma carta aos coroinhas agradecendo pelo
bonito e generoso serviço prestado por eles e elas na liturgia da Igreja. No
texto, os bispos também, deram algumas orientações a respeito da idade e das
vestes. Escrevem que a idade mais adequada seja entre os 10 e 15 anos,
começando com a celebração da Missa de primeira Comunhão, e ligando o serviço à
iniciação à vida cristã.
Dom Armando deixa uma recomendação aos padres
e aos que cuidam da formação dos coroinhas: “procurem proporcionar uma
formação não somente de executores de cerimônias, mas de verdadeira
espiritualidade para que eles e elas compreendam e vivam o sentido profundo dos
ritos da nossa Liturgia, cume e fonte da vida cristã (cf. SC 10)”.
Assim, diz o bispo aos poucos, pela
experiência litúrgica, esses jovens serão introduzidos na vivência do mistério
pascal da morte e ressurreição do Senhor. Deste modo, terminado o seu serviço,
poderão assumir outros empenhos eclesiais iluminados pela experiência de fé que
viveram no exercício deste serviço.
Fonte:
http://www.cnbb.org.br/mais-de-60-mil-coroinhas-e-acolitos-terao-encontro-com-papa-francisco-em-roma/
Nenhum comentário:
Postar um comentário